As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais da atualidade. Em 2018, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), vinculado à ONU, alertou que limitar o aquecimento global a 2°C, como estabelecido no Acordo de Paris, não é suficiente para garantir um futuro sustentável. A nova meta é conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C, exigindo transformações rápidas e profundas nos sistemas de produção e consumo e um compromisso conjunto e sem precedentes entre as nações.

Esse cenário impõe grandes desafios às cidades, que precisam adaptar sua gestão urbana para mitigar os impactos ambientais e socioeconômicos causados pelas mudanças climáticas. No entanto, também abre espaço para oportunidades de inovação e inclusão social, especialmente ao integrar grupos mais vulneráveis nas estratégias de adaptação.

Diante desse cenário, Curitiba iniciou em 2020 a elaboração do seu Plano de Ação Climática – o PlanClima, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar a resiliência da cidade frente aos riscos climáticos. O processo foi baseado em princípios de governança democrática, incluindo a participação da sociedade civil, setor público, setor produtivo e especialistas.

A elaboração do plano seguiu as diretrizes do Quadro de Planejamento de Ação Climática da C40 Cities, com análise de riscos, cenários futuros e estratégias específicas de mitigação e adaptação. A construção do PlanClima contou com apoio técnico do grupo C40, participação de empresas como Copel e Sanepar, e a colaboração de fóruns locais e conselhos municipais, como o CONCITIBA e o Conselho Municipal do Meio Ambiente.